O maior desafio da liderança (parte 2)

Iniciei esta sequência de artigos com uma questão-base – qual é o maior desafio da liderança – e já no primeiro escrito fomos até a resposta: desenvolver novos líderes.

Quando falamos em liderança, não podemos deixar de levar em consideração que estamos, na verdade, falando de uma tríade: quem exerce a liderança, quem é influenciado por este, e o local onde isso ocorre (que pode ser uma empresa, uma associação, um grupo de pessoas, dentre diversos outros exemplos). Em outras palavras, temos um tripé formado por líder-colaborador-empresa, e logicamente existem desafios específicos para cada um dos seus componentes. Considerando que em uma outra sequência de artigos abordamos os motivos que levam às empresas a não investirem tanto em liderança (a história natural das organizações, a falta de compreensão sobre liderança, e o foco excessivamente operacional), neste o foco será a figura do próprio líder.

Envolto na rotina do dia-a-dia e na urgência em atingir os resultados esperados, é fácil que o líder caia na armadilha de adiar a formação de novos líderes e assumir para si a responsabilidade pela execução das tarefas. Com isso, não é estranho surgir a sensação de que ninguém mais pode fazer o trabalho tão bem quanto o próprio líder. Não obstante, existe ainda a insegurança do próprio líder em desenvolver alguém com um potencial superior ao dele próprio (e com isso que o liderado possa, eventualmente, superá-lo).

Não é à toa que o que mais se ouve dos líderes é “não tenho para quem delegar as tarefas” e “não tenho conseguido tempo para desenvolver minha equipe”. Já a insegurança em ter que liderar alguém melhor que ele próprio é um obstáculo velado: não é falado, mas facilmente percebido por alguém de fora.

Contornar estes osbstáculos envolve a capacidade de equilibrar as suas responsabilidades atuais com o investimento no crescimento de sua equipe, e isso exige planejamento, priorização e a criação de um ambiente que incentive a aprendizagem e o desenvolvimento, afinal erros e falhas farão parte do processo. Além disso, é fundamental que os líderes compreendam que desenvolver um sucessor mais competente é uma demonstração de sua própria eficácia como líder. Superar esse medo exige autoconhecimento e a compreensão de que o crescimento do liderado não diminui sua própria importância, mas, pelo contrário, fortalece a equipe como um todo e sua imagem como um líder de sucesso.

Porém, o líder é apenas uma das partes do tripé. Da mesma forma que não existe um líder sem liderados, não se desenvolve um novo líder sem a pessoa a ser desenvolvida. E assim como os outros dois componentes, existem obstáculos característicos para este, que será o tema abordado no próximo (e último) artigo desta sequência. Até lá!

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