A liderança do meio do caminho

Quando se fala em liderança, o habitual é fazer referência a alguém que está “no topo” de algo. E, via de regra, no âmbito empresarial esse “algo” é a estrutura hierárquica de uma organização. Nestes referenciais, o líder é quem dá as cartas, quem tem a responsabilidade final sobre um assunto, quem detém o “poder de mando” frente algo ou alguém, enfim, quem bate o martelo sobre algo. E sim, estamos falando não apenas do líder de direito, aquele que é respeitado e seguido pelos demais, mas em especial àquele que ocupa cargo de chefia em uma organização. Não obstante ao amplo universo sobre o assunto liderança, vamos nos ater especialmente a esse líder que está posicionado na estrutura hierárquica de uma organização. Fazendo isso, por si só, já torna a temática um pouco mais complexa que o esperado.

Há de se constatar que a estrutura hierárquica de uma organização não contem apenas um líder. São, na verdade, diversos líderes e nos mais variados níveis. Neste caso, líder não é apenas quem está no topo. Existem diversos topos, mas a grande maioria não é o topo máximo. Estes são os líderes intermediário (ou lideranças intermediárias), cujos cargos variam de Encarregado, Líder de setor, Coordenador, dentre outros.

Apesar das diferenças de nomenclatura e de níveis hierárquicos, todos algo em comum: são, ao mesmo tempo, líderes e subordinados. Apesar de serem funções que possuem subordinados, ou seja, com ascendência hierárquica a pessoas ou equipes, são também subordinados a alguém e, por conta disso, acabam por compor a equipe de uma liderança superior.

Costumo referir que a liderança intermediária é “o adolescente das lideranças”. Assim como o adolescente, que é jovem demais para determinadas coisa, mas, ao mesmo tempo, crescidinho o suficiente para ter certos comportamentos, a liderança intermediária tem autonomia suficiente para determinados resultados e atividades, mas também nem tanto assim para outros. Não é à toa que essa é, certamente, uma das posições mais desafiadoras na estrutura hierárquica de uma organização. Mas não entenda errado: liderança é influência tanto top-down quanto botton-up. O ponto a que se refere neste caso é a postura do líder. Portanto, cabe às lideranças intermediárias saber discernir quando adotar realmente uma postura de líder, e quando “tirar seu time de campo” e se portar como subordinado.

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